segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Esse teu jeito de amor perfeito
Tem jeito de ser
Jeito tão engraçado
Em inúmeros dias
Quero-te inúmeras vezes ao dia e
Em diferentes dias
Convidar-te a viajar sentado a meu lado!
Entrelaçarmos as mãos
Na escuridão da passagem
Quando mais ninguém vê
Porque por não ser segredo
Todo o Homem tem medo
De chegar ao fim da viagem e
Ler aquilo que mais ninguém lê!
Viajarmos sentados não implica portanto
Algo tão passageiro
Seremos sempre felizes
Como dois namorados
Que de tão engraçados
Não sabem qual dos dois se apaixonou primeiro!
E assim por certo
Saberemos sempre
Quem no fim guardou o bilhete
Esta viagem da vida
De longe a mais querida
Que te pôs por perto
Sem conta ou medida
Me fez congelar
Quanto te viu sentar
E passar tal bilhete!
No primeiro banco
Para meu espanto
De estar tão feliz
Foi tal caminhada
Que por ser eu a teu lado estar sentada
Deixa-me hoje dizer
Que tudo está a acontecer
Porque Deus assim quis!
E esse bilhete lá ficou para a história
Na história dos transportes
Com inúmera paciência
Uma pequenina diferença
Da viagem poder ter fim antes da morte!



domingo, 23 de agosto de 2015




Delicia-me o traço dos seus rostos!
O que mais me comove são aqueles que guardam a memória no olhar e a imagem de Deus no coração.
São aqueles por quem a vida passou a correr, deixando marcas.
Marcas nas mãos, na pele cansada, no sorriso que viu tantos dias nascerem.
Abraçam as vozes dos mais pequenos e com laços de ternura, mudam o mundo!
E agora, estão sentados.
Esperam a vez, trocam palavras.
Levam as mãos delicadas ao rosto e olham com vazio para o ontem, sem protestos, sem desânimos, apenas com saudade.
Fico fascinada por tudo aquilo que transmitem e transmitiram ao longo da vida, pela inúmera sabedoria, pela faculdade da doação.
É triste olhar para eles quando eles não mentem naquilo que a solidão deixa.
Mas um retrato como este nunca irá embora.